Sustentabilidade no varejo: como marcas estão se adaptando

Uma variedade de opções sustentáveis

A consciência ambiental já faz parte das decisões de compra de milhões de brasileiros. Segundo dados publicados pelo Estadão, 60% dos entrevistados afirmam ter a intenção de comprar mais de marcas sustentáveis, superando a média mundial de 

51%. Esse dado reforça o que a sustentabilidade no varejo deixou de ser uma escolha — virou fator decisivo de competitividade.

Neste artigo, exploramos como o setor varejista tem se adaptado a essa realidade. Trazemos cases de sucesso, boas práticas e o que esperar dos próximos passos em um mercado cada vez mais guiado pelo consumo consciente e pela responsabilidade socioambiental.

O consumidor está mais atento

Nos últimos anos, houve um salto na percepção do consumidor sobre o impacto das suas escolhas. Não basta que uma marca ofereça qualidade e bom preço. Ela também precisa demonstrar compromisso com o meio ambiente e com as pessoas. E isso se aplica tanto a grandes redes quanto a pequenos varejistas.

O consumidor atual pesquisa, compara e compartilha informações com facilidade. Uma embalagem sustentável, um processo produtivo ético ou uma política de logística reversa podem ser o fator decisivo entre duas marcas concorrentes. 

Além disso, a exposição nas redes sociais intensifica esse comportamento: uma boa prática ganha visibilidade rapidamente, mas a incoerência também é apontada sem demora. Por isso, manter um posicionamento claro e ações consistentes virou uma questão de reputação e sobrevivência no mercado.

Quais são as iniciativas que saíram do papel?

As marcas que já entenderam essa nova lógica estão colhendo bons resultados — não só em reputação, mas também em vendas e fidelização. Veja alguns exemplos de como empresas integram a sustentabilidade no varejo de forma efetiva:

Embalagens inteligentes e circulares

A Lojas Renner implementou uma política para reduzir o uso de plástico virgem nas embalagens. Sacolas reutilizáveis e materiais recicláveis passaram a fazer parte da experiência de compra. Além disso, a empresa criou pontos de coleta para roupas usadas, estimulando a economia circular e dando novo destino a peças em desuso.

Moda consciente com impacto social

A C&A lançou coleções com algodão certificado e peças feitas com menor consumo de água. Paralelamente, fortaleceu projetos que envolvem cooperativas de costureiras, criando um elo entre responsabilidade ambiental e geração de renda. O consumidor percebe essa conexão e se engaja com mais facilidade.

Embalagens inteligentes e circulares

Muitas marcas investem em embalagens pensadas para o ciclo completo de vida do produto. Um exemplo é a Natura, que adotou embalagens feitas com plástico 100% reciclado e recicláveis. Além disso, a empresa incentiva os consumidores a devolverem as embalagens vazias em pontos de coleta, fechando o ciclo da reciclagem. 

Essa iniciativa não só reduz o impacto ambiental como também fortalece o vínculo com clientes conscientes, que valorizam práticas responsáveis. Em 2020, a Natura se comprometeu com a Visão 2030, também conhecida como Compromisso com a Vida, que reúne uma série de compromissos e ações para os próximos anos. 

ESG e branding: quando o discurso vira prática

Para quem trabalha com branding ou ESG, é essencial lembrar que sustentabilidade precisa estar no DNA da empresa. Isso exige coerência entre discurso e prática. Não adianta falar de ecologia em campanhas se a cadeia de suprimentos for opaca, ou se a marca não trata seus parceiros com dignidade.

A responsabilidade socioambiental também passa por inclusão, diversidade e respeito às comunidades envolvidas no ciclo de produção. Varejistas que se comprometem com essas frentes conseguem construir marcas mais fortes e alinhadas às expectativas do mercado.

É claro que nem tudo são flores. Adotar práticas sustentáveis no varejo envolve desafios importantes, como o aumento de custos no curto prazo, a necessidade de rever fornecedores e a capacitação das equipes. Além disso, é preciso lidar com a complexidade das legislações e das certificações ambientais.

Por outro lado, os benefícios de médio e longo prazo são significativos. Empresas que investem em sustentabilidade no varejo não apenas reduzem riscos, mas também fortalecem sua imagem e atraem investidores, especialmente aqueles com foco em fundos ESG.

Concluindo

Como ficou bem claro em nosso artigo, estamos diante de uma mudança profunda nos padrões de consumo e gestão. A sustentabilidade deixou de ser tendência para se tornar uma exigência. O varejo brasileiro está respondendo com criatividade, colaboração e inovação. Marcas que se posicionam de forma transparente e transformadora saem na frente — e conquistam um público mais fiel e engajado.

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