Pesquisa mostra que atualmente o varejo nacional vende mais do que no início da pandemia

Após meses de crise profunda, o varejo nacional começa a crescer com mais força: o setor está 32,9% maior desde maio de 2020. Pesquisa aponta que linhas de crédito e o auxílio emergencial podem ter contribuído para o cenário otimista atual

De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio, promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde janeiro de 2000, o volume vendido pelo varejo em outubro alcançou um recorde histórico.

O número foi 0,9% maior do que o registrado no mês de setembro e representa a sexta alta consecutiva para o varejo nacional. A alta marca também um momento animador para o mercado: desde maio, o setor acumulou 32,9% a mais em vendas. Esse é um número que supera até mesmo os registros observados no início da pandemia. 

No total, o volume vendido no mês de outubro marca um valor 8% maior do que o observado em fevereiro, período no qual as medidas de contenção ao vírus ainda não tinham sido tomadas. 

Para especialistas da área, a recuperação da economia é animadora, mas ainda inspira cuidados, sobretudo, quando os benefícios emergenciais proporcionados pelo governo começarem a ter sua concessão diminuída. 

Recuperação da economia: qual o impacto no PIB? 

A recuperação da economia foi mais incisiva do que o esperado por economistas. Isso fez com que as previsões de retração do PIB se alterassem, retraindo 3,50% em 2020. 

De acordo com economista da CM Capital, existe uma sazonalidade positiva nas festas de fim de ano que podem ajudar na recuperação ainda mais acelerada da economia. Compras nesta época, sejam de alimentos ou artigos de varejo, ajudam a criar um crescimento substancial no número de vendas, explica o especialista. 

Uma alta consecutiva de seis meses não era registrada no varejo nacional há sete anos, desde 2013. Ainda de acordo com o analista responsável pela pesquisa do IBGE, 80% das empresas participantes relataram um aumento nas vendas. O profissional aponta que tais variações eram mais comuns em empresas de grande porte, mas que pequenas empresas também começam a experimentar crescimento. 

Com dados mais animadores, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou a projeção de crescimento do mercado de varejo para 2020: de 1,9% para 2,3%. 

O que pode ajudar a explicar esse cenário?

Ainda de acordo com a pesquisa promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as linhas de crédito disponíveis para pessoas físicas foram um ponto-chave para a compensação da diminuição do auxílio emergencial. 

Por outro lado, pontos como o aumento da inflação dos alimentos, por exemplo, prejudicaram o crescimento de setores como os de supermercados. 

De acordo com o estudo “Tendências para o Marketing”, empresas investiram 90% a mais na comunicação digital. Esse, portanto, é um outro fator que pode explicar o fortalecimento do setor. Esses esforços podem ser ilustrados pela prática de publicar releases ou ter uma presença mais forte nas redes, por exemplo.

É uma meta do Varejo & Consumo trazer as últimas novidades do varejo brasileiro para os leitores que querem e precisam se manter por dentro das principais tendências sobre o assunto.

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