Mercado farmacêutico deve avançar 12% em 2022 e 10% em 2023

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Projeções animam a indústria, que prevê aumento na geração de empregos; no entanto preço dos remédios deve subir 10,89% em todo o Brasil

Os próximos meses serão de crescimento no mercado farmacêutico brasileiro. Segundo cálculos apresentados pela empresa especializada em dados e tecnologia IQVIA, no Fórum Expectativas 2023, as projeções de desempenho para 2022 e para o ano que vem indicam um aumento de 12,5% e 10,5%, respectivamente, no setor.

Esses números incluem tanto o varejo, composto por lojas comuns e farmácias de manipulação, quanto os canais institucionais. Enquanto no primeiro as estimativas são de alta de 11,8% em 2022 e 9,8% em 2023, no segundo os resultados devem subir 13,5% neste segundo semestre e 11,4% no próximo ano. A pesquisa não considerou valores relacionados às vacinas contra a Covid-19.

Outra comparação foi feita entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o setor privado. Apesar de as vendas de remédios para a saúde pública estarem em queda por conta do subfinanciamento do SUS, o mercado de clínicas e hospitais particulares segue aquecido, com crescimento de 5,2% até o mês de abril e previsão de novo salto em 2023 em torno de 15%.

Diante disso, as empresas do segmento estão otimistas quanto à melhora do quadro econômico do país no ano que vem. Para 57% delas, há grandes expectativas de que esse esperado crescimento contribua para a recuperação de empregos em todo o setor.

Já de acordo com a pesquisa Benchmarking de Expectativas da Indústria Farmacêutica 2022-2023, produzida pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), o crescimento do varejo em valores deve ser de 12,86% e 12,41% neste e no próximo ano, respectivamente. As projeções para o mercado institucional indicam alta de 10,15% e 9,37%.

Um dos motivos para o aumento da demanda de remédios no país tem a ver com a pandemia, que trouxe a necessidade das pessoas se cuidarem mais, elevando também os pedidos de produtos para tratamento de doenças crônicas. As vendas on-line tiveram participação relevante nesse processo, subindo de 2,5% (antes da crise sanitária) para 7,9% (atualmente). Os números incluem tanto o varejo, composto pelas drogarias, mas, provavelmente, não contemplam o mercado das farmácias de manipulação.

Remédios terão reajuste de 10,89%

Enquanto os estudos apontam um futuro animador para a indústria farmacêutica, as expectativas não são tão boas para a população. Isso porque o preço dos remédios nas farmácias deverá subir em todo o Brasil, com reajuste de 10,89%, revela o Sindusfarma. 

Nesse caso, o reajuste considera não apenas a inflação como também o fator Y, métrica utilizada para calcular custos de produção alheios ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com o sindicato, o percentual aplicado é o valor máximo que os fabricantes de medicamentos podem utilizar.

Para efeito de comparação, o aumento nos valores dos remédios para o consumidor final em 2021 foi de 10,06%. Um ano antes, a readequação de preços foi de 4,52%. Vale destacar que é a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que gerencia esses reajustes periodicamente, definindo o teto de aumento que cada produto pode alcançar.

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